Belas bamboo

O BELAS Bamboo foi um projeto inovador realizado durante o Architectural Association Visiting School Summer Programme em São Paulo, em 2022. O workshop destacou a integração entre construções em bambu e tecnologias de design digital, utilizando a Realidade Aumentada (AR) como uma ferramenta essencial para guiar a construção manual de geometrias complexas com bambu. O bambu foi escolhido como material principal devido às suas características sustentáveis, sendo um material local, de rápido crescimento e capaz de sequestrar carbono, o que o torna uma excelente opção para construções ecologicamente responsáveis.

No desenvolvimento do pavilhão principal, as tecnologias digitais foram fundamentais para garantir a precisão e a inovação no processo construtivo. A modelagem inicial foi feita no Rhino, com o apoio do Grasshopper para a programação paramétrica, permitindo a divisão precisa das superfícies e a identificação dos pontos de inserção das varas de bambu. A Realidade Aumentada, através do Hololens 2 e do Fologram, foi utilizada tanto para medir e cortar o bambu quanto para guiar a montagem física da estrutura no local. O levantamento do gridshell foi simulado no Kangaroo, o que possibilitou ajustes em tempo real durante a construção. A densificação final e a inserção de diagonais foram realizadas com o auxílio dessas tecnologias, garantindo que o pavilhão principal fosse construído com a máxima precisão e fidelidade ao projeto digital.

Os estudos de pavilhões individuais, a partir de um modelo que produzi, focam na exploração detalhada das possibilidades arquitetônicas oferecidas por estruturas leves e flexíveis. Este modelo, que serve como base para as investigações, foi concebido com o objetivo de entender e ampliar os limites do design paramétrico, em particular na aplicação de materiais naturais como o bambu. A partir dele, desenvolvemos várias versões de pavilhões, cada uma com suas características únicas, respondendo a diferentes contextos funcionais e estéticos.

Na etapa prática do curso, os estudantes foram divididos em dois grupos para construir modelos físicos das estruturas. Um dos grupos utilizou varas contínuas de bambu, enquanto o outro trabalhou com sobreposições. O modelo do primeiro grupo quase quebrou, enquanto o do segundo grupo permaneceu intacto. Com base nessas observações, os tutores decidiram que o modelo final seria construído com sobreposições para garantir maior estabilidade e resistência.

A construção do pavilhão de bambu seguiu os mesmos passos utilizados na criação dos modelos físicos, com a assistência da Realidade Aumentada para cortar, montar e erguer a estrutura em gridshell. Esse processo foi essencial para garantir a precisão e eficiência na montagem da estrutura complexa, que foi projetada para funcionar como um pequeno teatro ao ar livre no instituto anfitrião.

Por fim, o pavilhão foi finalizado com a adição de diagonais e a densificação da estrutura com mais varas de bambu, resultando em um espaço arquitetônico que não apenas exemplifica o potencial do bambu como material de construção, mas também a eficácia da combinação entre design digital e técnicas tradicionais de construção.

Participants:
Raik Lira, Júlia Gasparini, Brianna Bussinger, Mattheus Lucchi, Vivian Provasi, Mansur Arevalo, Beatriz Pimentel, Felipe dos Santos Tofaneli, Pedro Rabelo Mayara Lana de Oliveira, Milena Tada and Ana Clara Queiroz

Tutors: Kristof Crolla, Garvin Goepel

Assistants: Ernesto Bueno, Camila Calegari Marques, Henrique Lattes Borçato, Orion Campos, Jamie Vega

Coordinatores: SUBDV Studio, Anne Save de Beaurecueil and Franklin Lee